Hoje eu escrevo na condição de arquiteta, mas também na de moradora e mostro um pouco da minha casa, que aliás, também é meu estúdio de arquitetura.
Temos nossa própria identidade, que se reflete, ou deveria se refletir, na decoração das nossas casas. Cada pessoa tem sua história, suas necessidades e seu gosto.
Na hora de decorar a minha própria casa, que ilustra esse texto, eu coloco a minha personalidade e as mensagens que eu quero passar para as pessoas que me visitam. Já na hora de criar um projeto para um cliente, eu deixo de lado o meu gosto pessoal e começo a entender qual é o gosto do cliente.
Gosto é gosto, técnica é outra coisa. O desafio do arquiteto deve ser criar ambientes agradáveis, harmônicos e práticos, que reflitam a personalidade do morador.
Minha casa é bem colorida e tem bastante mistura. Mistura de materiais, de cores, de estampas, texturas, móveis novos, móveis antigos... Note que apesar de gostar de cores, eu deixei o ambiente leve, pois optei por deixar as paredes brancas. Essa suavidade contrasta com os elementos decorativos estampados e realça a paisagem da minha janela, o mar.
Tem dias que até penso em colocar um pouco de cor nas paredes. Ficará melhor ou pior? Depende do humor de quem vê.
A casa tem movimento. As coisas mudam de lugar. Os móveis não precisam ser fixos. Almofadas e elementos decorativos podem circular cada dia por um dos espaços.
Optei por não colocar cortinas nas enormes janelas da sala. Não quis tampar nem um pouquinho a vista para o mar, que realmente é muito bonita. Adoro abrir a porta de casa ao entrar e já avistar aquele azul ao fundo.
Porém, pude abrir mão das cortinas porque sei que nessa janela não bate sol direto. Caso batesse, ainda mais em cidades litorâneas brasileiras, que costumam ter temperaturas mais altas, a cortina seria uma forte aliada para trazer conforto ambiental ao meu espaço.
Percebe a importância em conhecer muito bem o seu espaço? Dessa forma, você consegue tomar decisões que, além de conferirem uma estética que te agrade, também te ajudam a tirar o melhor proveito possível das características que o espaço já tem.
Espero que tenham gostado dessa amostra do cantinho em que vivo hoje. Nossa casa deve ser o melhor lugar do mundo, onde nos sentimos acolhidos e “donos do pedaço”. Do nosso pedaço, com a nossa cara.
Até o próximo post!
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